Protocolo de Askling – Treino excêntrico na prevenção e reabilitação dos Isquiotibiais

As lesões associadas aos Isquiotibiais apresentam maior evidência nos sprinters ou nos atletas de campo, sujeitos a corrida de alta velocidade, com constantes acelerações e desacelerações.

Este tipo de lesão musculoesquelética, comumente a rotura muscular, pode retirar o atleta da sua prática desportiva, bem como condicioná-lo no seu retorno. A suspensão da atividade é por vezes longa, superior a 4 semanas, e a taxa de recidiva apresenta também valores consideráveis.

Apesar da natureza da lesão dos isquiotibiais ser multifatorial, a atuação do fisioterapeuta pode desempenhar um papel preponderante na redução da taxa de incidência de lesão, bem como no processo de reabilitação até ao retorno à competição.

Verificamos que, as lesões musculares que ocorrem nos isquitibiais encontram-se associadas à fadiga metabólica como resultado da acumulação de carga, aumentando exponencialmente o risco de lesão das estruturas mecânicas, quando de seguida associamos uma carga excêntrica. Em termos práticos, o aumento da velocidade e da potência da contração é proporcional a um maior comprimento fascicular.

O treino excêntrico, tal como os estudos comprovam, permite aumentar o comprimento fascicular, ou seja, o número de sarcómeros em série disponíveis para a contração muscular, o que se verifica num aumento da produção de força muscular com menor risco. A necessidade deste tipo de treino deve acompanhar a prática desportiva, sobre o risco de regressão e comprometimento dos tecidos, uma vez que, a manutenção de um treino excêntrico impede a diminuição do comprimento fascicular.

O Protocolo de Askling, ou L-protocol, é um protocolo de treino excêntrico para a reabilitação dos Isquiotibiais, composto por 3 exercícios, sendo eles:

1. The Extender – flexibilidade dos isquitibiais.

  • O atleta deve segurar e estabilizar a coxa do lado lesado, com a coxofemoral flexionada a aproximadamente 90°. De seguida deve realizar extensões lentas do joelho até ao ponto imediatamente antes do aparecimento de dor.

    ( 3 séries de 12 repetições )

2.The Diver – relação entre o aumento de força dos isquiotibiais com o controlo e estabilidade da pélvis e tronco.

  • Na posição bípede, partindo de uma posição vertical do tronco, o atleta deve realizar uma flexão da coxofemoral do lado lesado simultaneamente com um alongamento dos membros superiores no sentido anterior (mantendo a extensão do tronco) e uma máxima extensão da coxofemoral do lado não lesado, mantendo a pélvis horizontal. O joelho do lado lesado deve ser mantido com uma amplitude de flexão entre os 10º e 20º, enquanto que, o lado não lesado com 90º de flexão.

    ( 3 séries de 6 repetições )

3.The Glider – trabalho de força dos isquitibiais.

  • Partindo de uma posição vertical do tronco, com a mão do lado lesado apoiada e as pernas ligeiramente afastadas, todo o peso do corpo é apoiado sobre o calcanhar do lado lesado com o joelho a cerca de 10-20º de flexão. De seguida o atleta desliza o membro inferior do lado não lesado (com auxílio de uma meia de baixa fricção) no sentido posterior até um ponto imediatamente antes do aparecimento de dor.
  • De salientar que o movimento de regresso à posição inicial é feito através da ajuda de ambos os membros superiores no apoio, de forma a evitar solicitar a perna lesada.

    ( 3 séries de 4 repetições )

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